Pequena Empresária de Itacaré transforma chocolates artesanais em grande negócio
A rusticidade da típica casa de taipa em nada lembra os detalhes finos do chocolate que já caiu no gosto do consumidor mais exigente. Localizada em uma das áreas mais valorizadas de Itacaré, no sul da Bahia, em um luxuoso condomínio onde artistas e empresários buscam refúgio, foi onde surgiram há 12 anos os primeiros bombons de chocolate Café Cacau produzidos pela microempreendedora individual Marly Brito. Hoje ela já possui duas lojas – a segunda fica na estrada Ilhéus-Itacaré, e uma minifábrica que agiliza a sua produção.
Os chocolates Café Cacau são um dos destaques na V Festival Internacional do Chocolate & Cacau, que acontece em Ilhéus até o próximo domingo, 7 de julho, no Centro de Convenções de Ilhéus, e que reúne 65 stands. Marly é uma das expositoras mais visitadas e uma das que mais comercializam trufas, brigadeiros e cocadas, tudo com 100% de cacau fino. “O Sebrae tem sido meu parceiro permanente. Não sei o que seria de mim sem essa ajuda”, reconhece. O estande privilegiado que ela ocupa no Festival é subsidiado pela instituição que acompanha de perto todas as etapas do crescimento da empresária.
Entre junho e a primeira semana de julho, por exemplo, Marly produziu cinco mil chocolates. As encomendas e o negócio não param de crescer. Marly faz um caminho inverso à grande maioria dos produtores de chocolates finos da região. Os chocolates Café Cacau caíram primeiro no gosto das personalidades que visitam o condomínio fechado. A jornalista Ana Paula Padrão é cliente frequente do espaço. Mas é na Feira Internacional onde Marly quer popularizar o seu produto.
“Participar da feira com a ajuda do Sebrae enriquece o meu produto. E enriquecê-lo é justamente ter a oportunidade de torná-lo popular, conhecido do grande público da região”, destaca. Experiências como a de Marly se misturam no Festival Internacional em Ilhéus ao estande da Harald. Com uma produção de mais de 90 mil toneladas/ ano, a Harald é líder em coberturas, tem 500 colaboradores, exporta para mais de 30 países (Estados Unidos, América Latina, México e diversos países do Oriente Médio), sendo ainda um dos principais fornecedores de chocolate para conceituadas empresas de alimentos do Brasil e do mundo.
“Este evento é importante para nós porque é o único que agrega todos os segmentos envolvidos na cadeira produtiva do cacau”, explica o representante comercial Edísio Ferreira Silva. “Esta é uma oportunidade para o pequeno e o grande aparecer, sem distinção de tamanho ou de projetos empresariais”, assegura.
Para o analista do Sebrae, Michel Lima, é importante que os pequenos produtores participem de eventos como o Festival Internacional, ao lado dos grandes. “Além do fator motivação, os produtores de menor porte encontram aqui um espaço de aprendizagem sobre materiais, formas de divulgação da marca e estratégias de acesso ao mercado, já que há público consumidor para todo tipo de segmento da produção do chocolate, dos mais industrializados até aqueles do tipo fino, feitos com cacau gourmet, como é o caso dos produtores do sul da Bahia”, destaca Michel.
Cacau e derivados - O Sebrae participa do evento através do Projeto Indústria setorial Ilhéus - Derivados de Cacau, coordenado pelo gestor Eduardo Benjamim Andrade. Iniciado em 2012, o projeto beneficia diretamente 20 empreendimentos de pequeno porte nos segmentos de produção de chocolate, trufas, amêndoas de cacau salgada e doce e polpa de frutas de cacau. Entre as ações do Projeto estão a prospecção de novos mercados, exposições, workshops, missões comerciais, participação em festivais e salões do chocolate e rodadas de negócios com o setor supermercadista.
“O projeto ainda disponibiliza consultoria para registro de marca junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (IPI), consultoria em design para criação de marca e embalagem, consultoria em Plano de Negócios individual e ainda presta informações sobre constituição jurídica para aqueles que se interessarem se tornar em Microempreendedor Individual (MEI) e Micro e Pequena Empresa (MPE)”, destaca.